Bioestatística #1 - Variáveis

Novo vídeo em meu canal!

Voltei a fazer videos, e a partir de agora vou focar em temas de Bioestatística e Metodologia, e vou tentar fazê-los com frequência mensal!




Ao estudar uma população, as características que definem esta população são constantes, pois são comuns a todos os seus membros. Já as informações que variam para cada indivíduo, que serão coletadas e analisadas, são chamadas de variáveis.

Saber classificar e diferenciar os tipos de variáveis é muito importante para o planejamento da pesquisa, na montagem do banco de dados, na análise os resultados, e mesmo na discussão e apresentação do trabalho final. A principal forma de se classificar uma variável é se ela é quantitativa ou qualitativa.

Variáveis quantitativas são aquelas que assumem valores numéricos, e podem ser discretas ou contínuas:

As Quantitativas Discretas são aquelas que só podem assumir valores inteiros, não existindo valores decimais (“com vírgula”) ou fracionados. Elas são geralmente o resultado de uma contagem, e não costumam ter uma unidade de medida. Como, por exemplo, “número de filhos” ou “número de respostas”.

Já as Quantitativas Contínuas podem assumir qualquer valor real, e apresentam unidade de medida, como por exemplo peso (grama), altura (metro) ou temperatura (graus célsius).


As variáveis Qualitativas são expressadas por categorias, e podem ser ordinais ou nominais:

As Ordinais são aquelas em que existe uma ordem entre as categorias, como por exemplo “grau de escolaridade” ou os estágios de uma doença.

As Nominais são as que não tem ordem entre suas categorias, como o “Sexo” ou a “Tipagem sanguínea”, por exemplo.

Além disso, as variáveis qualitativas também podem ser classificadas de outra forma, como dicotômicas ou categóricas.
Dicotômicas são as que apresentam apenas duas categorias, e geralmente são uma variação de Sim ou Não a uma pergunta.
Categóricas são as que apresentam mais que duas categorias, como as que foram apresentadas anteriormente.


Apesar de serem conceitos bem simples e diretos, algumas situações costumam gerar confusão.

Algumas variáveis podem mudar sua classificação a depender de como você esteja trabalhando com elas. Vou usar “Idade” como exemplo:
- Se você coloca no questionário a opção de “faixas etárias”, como crianças (até 11 anos), Adolescente (até 18 anos), Adulto (até 59 anos) e idoso, você vai ter uma variável qualitativa ordinal;
- Porém se pedir para que escrevam quantos anos tem, então é uma variável quantitativa discreta, pois não vai estar trabalhando com nenhum valor entre um ano e outro;
- Ou ainda, se pedir que escrevam a suas datas de nascimento, então é possível tratar como uma variável quantitativa discreta.

Perceba que tudo depende de como você coleta e trabalha a variável.

Outra questão que costuma gerar confusão é quando as categorias de uma variável qualitativa são nomeadas com números, como quando se estadia doenças, ou na escala visual analógica de dor.

Neste exemplo, apesar de se pedir para que o indivíduo classifique sua dor como de 0 a 10, essa variável não é quantitativa. Dor é um fenômeno emocional e sensorial subjetivo, cada um sente de uma forma diferente. O número aqui não é uma contagem, nem uma medida, mas sim uma categoria que engloba diferentes percepções subjetivas de intensidade.

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