Dedução e Indução
A argumentação científica se baseia em dois modos de
raciocínio, dedutivo e indutivo.
O raciocínio dedutivo
é quando se usa premissas para implicar uma conclusão.
Se, todo
homem é mortal;
E se, Sócrates é homem;
Então, Sócrates é mortal
Já o raciocínio indutivo,
é quando se usa premissas para apoiar a conclusão, mas sem garantir a
sua veracidade.
Se, o Ferro, o Cobre, e o Alumínio
são metais e conduzem eletricidade;
Então, todos os metais conduzem
eletricidade.
Alguns autores descrevem a dedução como “partir de premissas
gerais para chegar a conclusões específicas”, ou raciocínio “top-down”, e a indução como “partir de
premissas específicas para chegar a conclusões gerais”, ou raciocínio “botton-up”. No entanto, esse é um
conceito antigo, muito simplificado, e que, além de estar errado, não menciona
o mais importante.
Um argumento é dedutivo
quando sua intenção é ser logicamente válido, isso quer dizer que as
premissas implicam a conclusão, se as premissas forem verdadeiras a conclusão
necessariamente tem que ser verdadeira. Uma conclusão dedutiva válida só pode
ser falsa se uma das premissas também for falsa.
Se, o Brasil fica inteiramente na
América do Sul;
Então, todas as cidades brasileiras
são sul-americanas.
Parti de uma premissa específica para uma generalização. Mas
é uma dedução, porque “o Brasil ficar na américa do Sul” implica em “todas
as cidades brasileiras serem sul-americanas”.
Na dedução a conclusão é uma consequência lógica das
premissas, então não é possível dizer nem descobrir nada novo, pois a
conclusão é apenas uma consequência do que já se conhece. Para gerar novo
conhecimento e argumentar sobre algo que não é inteiramente conhecido, o método
usado é o indutivo.
No argumento indutivo,
a intenção é ser convincente. As premissas não implicam a conclusão, elas são
usadas para dar força ao argumento de que a conclusão pode ser verdadeira. Na
indução, mesmo que todas as premissas sejam verdadeiras não é possível garantir
que a conclusão é verdadeira, apenas se convencer.
Se, em todos
os dias até hoje o sol nasceu no Leste;
Então, amanhã
o sol nascerá no Leste.
Parti de uma premissa geral para concluir algo específico.
Porém é uma indução, porque “o sol ter nascido no Leste todos os dias até
hoje” não implica logicamente que o fará amanhã, isso não garante
que irá ocorrer, mas é um forte argumento a favor disso.
A indução é um tipo de inferência, e, apesar de não garantir
que seus argumentos são corretos, permite chegar a conclusões sobre algo que
não se conhece inteiramente ou ainda não foi observado. O que não pode ser
feito com o método dedutivo.
Dedução e Indução não são “opostos”, são conceitos
fundamentalmente diferentes, e partes inerentes do método científico. Um ciclo
constante em que se usa as evidências como argumentos indutivos a favor ou
contra hipóteses, e se baseia na teoria para deduzir e aplicar suas
consequências no dia a dia. Ao se observar uma conclusão falsa, cria-se novas
hipóteses para substituir o conhecimento antigo, e vida que segue.
Mas isso tudo continua sendo uma grande simplificação.
Existem muitas regras sobre como se deve montar um argumento lógico válido, e a
indução não tem nem uma definição estabelecida, ainda é um conceito aberto e
que gera muita discussão.
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